Notícias, pessoas, conversas. Passeios
no Jardim da Estrela, ao centro de Lisboa. Um frenesim, melancolia e
estática. Ao ver as notícias, as pessoas e o mundano, tudo continua
igual. Mas cada dia que passa sei que estou certo. Sei que a
governação deste país é cronicamente inviável, difícil e muito
desempoderadora.
Há uns anos atrás, numa altura em que visitava uma
quinta nas serras algarvias, um alemão cientista auto-didacta (quer
isto dizer que desenvolvia tecnologia de plasmas na sua pequena casa
na montanha!), e lá a viver há mais anos do que os que estou vivo,
me dizia: “Vocês portugueses têm um problema de confiança. Têm
medo de conseguir!” E sim, sem dúvida. Cada vez mais
concordo com ele. Temos que nos impor. E sim, cabe-nos mudar a
situação atual. É o desafio da nossa geração, de romper com
estas teias de mendicidade europeia, a que nos temos agrilhoado ao
longo das últimas décadas.
As pessoas são o essencial em
Democracia. Relembrando a etimologia desta palavra, temos “Demos”
e “Cratos” em grego. O poder do povo. Mas sabemos que se passa o
contrário. Um povo, uma classe política e um país subjugados ao
dinheiro, ao lucro, à necessidade de as empresas criarem o capital,
do qual, claro está, apenas uma ínfima parte é para pagar os
rendimentos dos assalariados. O grande problema disso é
que é negligenciada uma importante parte da equação: as pessoas. Os portugueses não são empoderados.
Porque poucas vezes se lembram deles. A começar pelos políticos,
depois a continuar pelos próprios portugueses, que poucas se vezes
se lembram uns dos outros, enquanto grupo, enquanto colectividade,
enquanto povo soberano do seu destino, e claro, porque muitas vezes,
nós mesmos, não nos lembramos de nós também. O tempo, o dinheiro,
a família, os amigos, o trabalho, os superiores, as notícias. A
vida pode dar-nos a felicidade, mas a quantos portugueses é que ela
bate à porta?
Neste momento, a nós portugueses, não
diria “Sim, podemos”, até porque essa linha tem direitos de
autor, e para copiar, os espanhóis já usaram isso num partido da sua sociedade civil. Diria antes, “Portugueses,
do que é que estamos à espera?!!!” Não temos que seguir
fulano ou fulana. Apenas temos que nos seguir a nós mesmos. Dentro
de nós temos a resposta a tantas questões. É a nossa inteligência
tanto racional como intuitiva que deve reger as nossas acções e não
a de mais ninguém. Se isso está a acontecer, é porque o poder não
está desagregado, e é porque a nossa opinião está a ser posta de
lado, nem sequer indagada.
Nos dias que correm, o grau de instrução dos jovens, mesmo ao nível do ensino obrigatório, permite analisar e decidir o quotidiano com um grau de conhecimento muito acima do que havia há algumas décadas atrás em Portugal, na Europa e no Mundo. No passar dos dias, vão-nos pedindo coisas que não achamos correctas. E claro que há coisas e coisas, e temos que ponderar o seu real valor. Mas não podemos aceitar o que vai para além do razoável. A tua voz conta. E a voz do teu pensamento. A frustração de ir para casa com ideias que não foram expostas ou debatidas, não vale a pena, e na espuma dos dias, degrada este país. Levantemos a nossa voz. Pensamento já o temos. Confia em ti.
Nos dias que correm, o grau de instrução dos jovens, mesmo ao nível do ensino obrigatório, permite analisar e decidir o quotidiano com um grau de conhecimento muito acima do que havia há algumas décadas atrás em Portugal, na Europa e no Mundo. No passar dos dias, vão-nos pedindo coisas que não achamos correctas. E claro que há coisas e coisas, e temos que ponderar o seu real valor. Mas não podemos aceitar o que vai para além do razoável. A tua voz conta. E a voz do teu pensamento. A frustração de ir para casa com ideias que não foram expostas ou debatidas, não vale a pena, e na espuma dos dias, degrada este país. Levantemos a nossa voz. Pensamento já o temos. Confia em ti.
Foto com licença Creative Commons para Pete - www.flickr.com/photos/comedynose/4643185598